Caetité celebrou Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé.

O Primeiro Xirê na Praça marcou um momento singular na valorização do patrimônio imaterial e na salvaguarda das tradições afro-brasileiras no município de Caetité-Ba, reafirmando a força e a resiliência de um povo que, 137 anos após a abolição, segue resistindo.
Instituído pela Lei nº 14.519/2023, o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, celebrado em 21 de março, representa um marco na valorização e salvaguarda das práticas culturais e religiosas afro-brasileiras.
A data reforça o compromisso com o respeito à diversidade, o combate à intolerância religiosa e a promoção da igualdade racial, garantindo visibilidade e reconhecimento às tradições que moldam a identidade do povo brasileiro.
Mais do que uma celebração, é um chamado à reflexão sobre a luta contra o racismo estrutural e a importância da preservação dessas manifestações ancestrais, fundamentais para a história e a cultura do Brasil.
Em Caetité, o I Sìré na Praça, partiu da iniciativa do Ilé Àṣẹ Ojú Oòrùn, comunidade tradicional de candomblé, que tem como liderança o Òlóri-Égbè Thonny Hawanny (Baba Thonny de Oyá), Ilê Unzo de nkise óya Aba ífé que tem como liderança, Marcella Araujo (Óya Fefe Inú). O Evento que contou com a participação de mais de 300 pessoas, entre praticantes da religião de matriz africana, o candomblé, capoeiristas, músicos e percursionistas, representantes do poder público, de movimentos sociais e simpatizantes.
A abertura do I Sìré na Praça aconteceu no Parque das àrvores, onde o Babolirixá Thonny de Oyá abriu o evento com um xirê e e entrega do padê à ÈSU, abrindo caminhos para toda programação do evento, que prosseguiu com uma caminhada pela Rua Barão, até a praça da Catedral.
Chegando na Praça, ocorreu a abertura oficial do evento com falas do poder público e de lideranças religiosas e em seguinda deu-se início com as apresentações culturais, como os grupos de capoeira ginga bahia e capoeira nossa cultura, logo depois veio o grupo de afoxé deyialagbede, posteriormente, o Babá Thonny deu início ao Xirê, cantado nas nações de kétu e angola.
O evento, pioneiro no município, teve apoio da Secretaria Municipal de Cultura e do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial reafirmando o compromisso com a diversidade e com o respeito às tradições que moldam a identidade de um povo.
Em um país laico, é fundamental que as manifestações de fé e cultura tenham espaço garantido e protegido, promovendo um diálogo que fortalece a democracia e a convivência harmoniosa entre diferentes crenças.
Foto: Rogério Soares